terça-feira, 2 de novembro de 2010

MÚSICA DO FILME "NOSSO LAR" - PPS

Belíssima mensagem tendo como tema a música do filme "Nosso Lar":

Leia Mais…

domingo, 17 de outubro de 2010

EXTERIORIZANDO A PAZ

(Do livro “Conviver e melhorar” , de Francisco do Espírito Santo Neto, pelo espírito de Lourdes Catherine)


A paz se exterioriza nos olhos de quem aprendeu a arte de ser sincero consigo mesmo. A meta mais fácil do mundo para se alcançar é ser como somos. A mais difícil é ser como as outras pessoas gostariam que fôssemos. A serenidade interior é conquista de quem possui autolealdade.

A artemísia é uma planta balsâmica, de gosto amargo e utilizada como remédio.

O sândalo é uma árvore de madeira resistente, da qual se extrai um óleo empregado em farmácia e perfumaria. Ambos são aromáticos e originários da Ásia, possuem algo em comum, mas têm utilidades completamente diferentes.


A Natureza refuta a igualdade. Jamais foram encontradas duas flores idênticas; as semelhantes se modificam com o passar do tempo. Até as folhas de uma mesma árvore são desiguais, assim como variável é cada amanhecer.

Para desfrutarmos a paz verdadeira, precisamos entender que somos um núcleo de vida distinto; vivemos em comunidade, mas sobretudo com nós mesmos. Somente empregando de maneira responsável nossa capacidade de sentir, de raciocinar e de realizar, livre das interferências dos cegos instintos e dos laços de dependência, é que podemos nos apaziguar de modo essencial.

Não nos reportamos a isso para nos envaidecer ou diminuir os outros, e sim para que tenhamos mais consideração pelo nosso universo pessoal.

É preciso que nos perguntemos: quem escolhe o que penso e o que sinto? Quem determina como vou agir? Cabe-nos, portanto, o domínio de nossa vida, pois falsas identidades podem estar controlando-nos a ponto de desperdiçarmos energias imprescindíveis à nossa harmonia e segurança.

Dente-de-leão, no folclore da flora silvestre, significa vontade firme e lealdade aos próprios objetivos, por ser capaz de crescer em abundância em todos os períodos do ano, ou em qualquer campo ou terreno. Seu nome vem do francês, “dent-de-lion”. Essa flor amarelo-ouro apresenta como semente um talo de pelos brancos e sedosos que o vento dissemina com facilidade; por isso se reproduzem rapidamente.

Se você procura serenidade, assimile a linguagem de autofidelidade que lhe inspiram os dentes-de-leão e, ao mesmo tempo, liberte-se dessa reação exagerada aos desejos dos outros.

Visualize a tranquilidade dos ambientes campestres. O vislumbre de uma tarde em lindo campo florido fala de paz a seu coração e o alivia prolongadamente.

Sua memória está repleta dessas associações, que seu dia-a-dia inquieto e intranquilo deixa muitas vezes escondido em sua mente. Paz é, acima de tudo, harmonia consigo mesmo; em seguida, com os outros. É harmonia com Deus e com a Natureza. Paradoxo é almejar a paz e viver em discordância íntima.

A Excelsa Criação deu-lhe a habilidade de realização através da Natureza, assim como outorgou às plantas a capacidade de florescer. Nenhuma árvore de sândalo necessita que um botânico lhe diga como produzir sua essência aromatizante. Se você quiser transluzir a paz, seja fiel ao que é, dando ao Planeta os frutos de sua própria natureza.

A verdade é que, por mais que você se esforce para ser justo e consciente, sempre haverá alguém que interpretará mal seus atos e atitudes. Ninguém consegue agradar a todos.

Confie em si mesmo, confie em Deus. Apenas Ele maneja os fios invisíveis e infinitos de toda existência humana.

Você encontrará a paz conscientizando-se de que cada um é uma ferramenta exclusiva e específica da Natureza, circunstancialmente trabalhando na Terra sob o Comando Divino.

Leia Mais…

domingo, 3 de outubro de 2010

MEDO

(do livro “As Dores da Alma”, de Francisco do Espírito Santo Neto - pelo espírito Hammed)



Desvendar gradativamente nossa “geografia interna”, nosso próprio padrão de carências e medos, proporciona-nos uma base sólida de autoconfiança.


Modela e forma a nossa “sombra” tudo aquilo que nós não admitimos ser, tudo o que não queremos descobrir dentro de nós, tudo o que não queremos experimentar e tudo o que não reconhecemos como verdadeiro em nosso próprio caráter. “Sombra” é um conceito junguiano para designar a soma dos lados rejeitados da realidade que a criatura não quer admitir ou ver em si mesma, permanecendo, portanto, esquecidos nas profundezas da intimidade.

Por medo de sermos vistos como somos, nossas relações ficam limitadas a um nível superficial. Resguardamo-nos e fechamo-nos intimamente para sentir-nos emocionalmente seguros.

Presumimos que o “não ver” resulta em “não ter”. Em verdade, não nos livramos de nosso lado recusado simplesmente porque fechamos os olhos para ele, mas porque mesmo assim continuará a existir na “sombra” de nossa estrutura mental. Incapaz de voar, o avestruz, embora seja uma das maiores aves, esconde a cabeça no primeiro buraco que encontra à sua frente, quando acuado e amedrontado. Esse comportamento do avestruz é uma metáfora adequada para demonstrar o que tentamos fazer conosco, quando negamos certas realidades de nossa natureza humana.

As coisas ignoradas geram mais medo do que as conhecidas.

Recusar-se a aceitar a diversidade de emoções e sentimentos de nosso mundo interior nos levará a viver sem o controle de nossa existência, sem ter nas mãos as rédeas de nosso destino. Ao assumirmos que são elementos naturais de estrutura humana em evolução frieza/sensualidade, avareza/desperdício, egoísmo/desinteresse, dominação/submissão, lassidão/impetuosidade, aí começa nosso trabalho de autoconhecimento, a fim de que possamos descobrir onde erramos e, a partir de então, encontrar o meio-termo, ou seja, não estar num extremo nem no outro.

Muitas criaturas têm medo de si mesmas. Desvendar, gradativamente, nossa “geografia interna”, nosso próprio padrão de carências e medos, proporciona-nos uma base sólida de autoconfiança.

O ato de arrependimento nada mais é do que perceber; nosso lado inadequado. É admitir para nós mesmos que identificamos nosso comportamento inconveniente e que precisamos mudar nossas atitudes diante das pessoas e do mundo. Arrependimento pode ser visto como a nossa tomada de consciência de certos elementos que negávamos consciente ou inconscientemente, projetando-os para fora ou reprimindo-os em nossa “sombra”.

Arrependimento quer dizer pesar, ou mudança de opinião por alguma falta cometida, vocábulo de uso habitual nas lides religiosas. Tomar consciência é uma expressão moderna que significa discernimento da vida exterior e interior, acrescida da capacidade de julgar moralmente os atos. A nosso ver, ambos os termos nos levam à mesma causa.

O ato de arrependimento é um antídoto contra o medo. Quem se arrependeu é porque examinou suas profundezas e descobriu que seus desejos e tendências nada mais são que impulsos comuns a todos os seres humanos. Quem se arrependeu é porque aprendeu que é simplesmente humano, falível e nem melhor nem pior do que os outros.

Arrepender-se é o primeiro passo para melhorarmos e progredimos espiritualmente.

(...)

As manifestações decorrentes de nossa “sombra” são projetadas por nós mesmos de forma anônima no mundo, sob o pretexto de que somos vítimas, porque temos medo de descobrir em nós a verdadeira fonte dos males que nos alcançam no dia-a-dia. Por acreditar que banimos de nossa intimidade determinado princípio que nos gerava medo e baixa estima, é que fatalmente encontraremos, logo em seguida, esse mesmo princípio materializando-se no mundo exterior, amedrontando-nos e causando-nos desconforto.

Os chamados tiques nervosos nada mais são do que impulsos compulsivos de atos ou a contração repetitiva de certos músculos, desenvolvida de forma inconsciente, para não tomarmos consciência dos conteúdos emocionais que reprimimos em nossa “sombra”. Os tiques são compulsões motoras para aliviar emoções e funcionam como verdadeiros “tapumes energéticos” para conter sentimentos emergentes. A técnica funciona da seguinte maneira: enquanto o indivíduo se distrai com o tique, não deixa vir à consciência o que reprimiu, por considerá-lo feio e pecaminoso.

O somatório dessas emoções negadas nos causa medos inexplicáveis que nos oprimem, afastando-nos do verdadeiro arrependimento e prejudicando o nosso crescimento interior. Muitos de nós continuamos, anos a fio, sentindo temores injustificáveis por tudo aquilo que reprimimos e para evitar que pensamentos, recordações ou impulsos cheguem ao consciente.

O medo indefinido provém da repressão de impulsos considerados inaceitáveis que existem dentro de nós, da ausência de contrição de nossas faltas, da não admissão de nossos erros, descompensando nosso corpo energeticamente com o peso dos fardos do temor e do pânico.

Quando estamos envolvidos pelo temor, não conseguimos avançar. Deixamos de ter ideias inéditas, de viver experiências interessantes e conhecer novas criaturas. Dessa maneira, apesar de o “banquete da vida” sempre ser oferecido a todos de forma semelhante e harmônica, ele passa despercebido.

Referindo-se à vida social, esclarece-nos a obra basilar da Codificação: “Deus fez o homem para viver em sociedade. Não lhe deu inutilmente a palavra e todas as outras faculdades necessárias à vida de relação”.

Uma das manifestações do medo mais problemáticas para as criaturas humanas é a denominada fobia social ou agorafobia. Etimologicamente, agorafobia significa medo da praça (ágora = praça, palavra oriunda do grego). É o pavor de fazer o que quer que seja em público.

Conceituamos fobia como sendo um medo superlativo e desmedido transferido a indivíduos, lugares, objetos e situações que, naturalmente, não podem provocar mal algum. Quando a agorafobia se torna crônica, começa a atrapalhar a vida dos indivíduos em todas as áreas do relacionamento humano.

O fóbico social receia ser julgado e avaliado pelos outros, pois os comportamentos que mais temem são falar, comer e/ou beber diante de outras pessoas, frequentar cursos, palestras, festas, cinemas, ou seja, qualquer atividade social em lugares movimentados.

Dentre as muitas dificuldades que envolvem a agorafobia, a mais grave é a incerteza de nosso valor pessoal e as crenças de baixa estima que possuímos, herdadas muitas vezes na infância.

O sentimento de inferioridade é o grande dificultador dos relacionamentos seguros e sadios. Esse sentimento produz uma necessidade de estarmos sempre certos e sempre sendo aplaudidos pelos outros. Tememos mostrar-nos como somos e escondemos nossos erros, convencidos de que seremos desprestigiados perante nossos companheiros e amigos. Dissimulamos constantemente, fazemos pose e forçamos os outros a nos aceitar. Quanto mais o tempo passa e permanecemos nessa atitude íntima, mais a insegurança se avoluma, chegando a alcançar tamanha proporção que um dia passará a nos ameaçar.

Dessa forma, instala-se, gradativamente, a fobia social, ou seja, o medo que desenvolvemos pelos outros, por tanto representar papéis e “scripts” que não eram nossos.

Tabus, irrealidades, superstições, mitos, conceitos errôneos e preconceituosos que assimilamos de forma verbal ou pelos gestos, abrangendo os vários setores do conhecimento humano, como as regras sociais, as higiênicas, as alimentares e as religiosas, são propiciadores de futuras crises das mais variadas fobias

Diversas matrizes do medo se fixaram na vida infantil. Os pais autoritários e rudes que estabeleceram um regime educacional duro e implacável, impondo normas ameaçadoras e punitivas, criaram na mente das crianças a necessidade de mentir e fantasiar constantemente. Dessa maneira, elas passaram a viver de forma que agradassem a todos numa enorme necessidade de aprovação e numa atmosfera de insegurança. Tais crianças poderão desenvolver no futuro fobias, cujas causas são a doentia preocupação com o desempenho sexual, o exagerado cumprimento de obrigações impostas pela sociedade, uma megalomaníaca atuação profissional, a fanática observância a crenças religiosas perfeccionistas e o procedimento extremista de estar sempre correto em tudo que fala e faz.

O cortejo dos fenômenos fóbicos poderá ser oriundo de conflitos herdados das existências passadas, dos sofrimentos expressivos vividos no plano astral e dos assédios de entidades ignorantes, mas a matriz onde tudo sempre se interliga e que deverá ser trabalhada e tratada é a consciência comprometida e limitada dos indivíduos em desajuste mental.

O medo será sempre a lente que aumentará o perigo. Segundo a excelência do pensamento de Tito Lívio, historiador latino nascido em 59 a. C., “quanto menor o medo, tanto menor o perigo”.

Leia Mais…

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

CORÍNTIOS 13-1,13 - TEXTO

Um dos grandes desafios em nossa caminhada espiritual é aprender a amar incondicionalmente. E isto envolve a aceitação do outro, sem restrições e julgamentos, vendo nele a imagem divina. Um dos mais belos textos bíblicos que trata deste tema é Coríntios 13-1,13, que transcrevemos abaixo (não deixe também de ver o vídeo que preparei para você)

1 Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos,
se não tiver amor,
sou como um bronze que soa ou um címbalo que retine.

2 Ainda que eu tenha o dom da profecia
e conheça todos os mistérios e toda a ciência,
ainda que eu tenha tão grande fé que transporte montanhas,
se não tiver amor, nada sou.

3 Ainda que eu reparta todos os meus bens
e entregue o meu corpo para ser queimado,
se não tiver amor,
de nada me aproveita.

4 O amor é paciente,
o amor é prestável,
não é invejoso,
não é arrogante nem orgulhoso,

5 nada faz de inconveniente,
não procura o seu próprio interesse,
não se irrita nem guarda ressentimento.

6 Não se alegra com a injustiça,
mas rejubila com a verdade.

7 Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.

8 O amor jamais passará.
As profecias terão o seu fim,
o dom das línguas cessará,
e a ciência será inútil.

9 Pois o nosso conhecimento é imperfeito,
e imperfeita é também a nossa profecia.

10 Mas, quando vier o que é perfeito, o que é imperfeito desaparecerá.

11. Quando eu era criança,
falava como criança, pensava como criança,
raciocinava como criança.
Mas, quando me tornei homem,
deixei o que era próprio de criança.

12. Agora, vemos como num espelho, de maneira confusa;
depois, veremos face a face.
Agora, conheço de modo imperfeito;
depois, conhecerei como sou conhecido.

13. Agora permanecem estas três coisas:
a fé, a esperança, o amor;
mas a maior de todas é o amor.


Leia Mais…

CORÍNTIOS 13-1,13 - VÍDEO

Leia Mais…

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

PARENTES DIFÍCEIS

Recebi este PPS e estou compartilhando com vocês. Ele traz alguma informação sobre as nossas convivências familiares e sobre os nossos relacionamentos de maneira geral.




Leia Mais…

terça-feira, 7 de setembro de 2010

SILÊNCIO INTERIOR

(Lucy Dias Ramos)

No mundo atual, a poluição sonora é assustadora, principalmente nas grandes cidades. Não percebemos os sons da natureza ou das vozes das pessoas que nos falam em sua frequência normal. É difícil escutar mesmo que o queiramos, para dar atenção necessária, quando dialogamos com alguém, porque não estamos habituados a ouvir. Não falo de deficiência auditiva, mas da arte de ouvir o outro, hábito pouco conhecido pela maioria das pessoas...

Para escutar o outro, precisamos desenvolver a arte de perceber a voz interior que habita neste mundo apenas nosso, onde podemos nos recolher sem ser perturbados ou interrompidos por ninguém. Mas é preciso saber ouvir esta voz que fala no recôndito de nossa alma e estar receptivo para entender o que ela diz. Chamo esse recanto de minha alma de ilha do silêncio.

O hábito salutar da reflexão, da meditação nos concede este momento mágico no qual ouvimos esta voz interior e em silêncio sentimos que neste refúgio de paz estamos bem, aguçamos nossos sentidos e retornamos ao mundo dos sons mais aptos a entender o que se passa nele.

A melhor maneira de impedir que o tempo nos domine com suas restrições é
buscar neste mundo íntimo, através da meditação, o silêncio renovador que nos transmite a paz e a serenidade íntima. Paramos o tempo, impedimos suas limitações quando nos afastamos de tudo para meditar, refletir e orar em silêncio, escutando dentro de nós o que nossa percepção nos concede, ouvindo a voz da consciência lúcida ou entrando em sintonia com outros seres também aquietados em suas emoções que nos falam... Aprendemos a viver neste mundo temporariamente e retornamos mais conscientes do real objetivo da vida em sua grandeza.

Todos nós temos necessidade de buscar estes momentos de solidão, retirando-
nos para um lugar tranquilo onde possamos aquietar nossa mente por alguns minutos, relaxar e perceber o que se passa neste mundo inteiramente nosso onde os pensamentos são livres e a reflexão nos leva a percepções cada vez mais amplas.

Quando conseguimos nos refugiar dentro de nós mesmos, conseguimos muitos benefícios, ficamos mais serenos, interrompemos o fluxo da agitação que vive fora de nós, temos mais inspiração e aprendemos a escutar. Somente quem sabe escutar esta voz interior, consegue, realmente, ouvir o que o outro tem a dizer... Ouvir silenciosamente, sem pensar em nada além do que o outro
diz e assimilar sua fala, o que está nos comunicando ou ensinando.

Muitas pessoas não sabem ouvir. Enquanto o outro fala, estão pensando em outras coisas, pensamentos intrusos interrompem a audição, preparam ardilosamente o que irão responder ou como contestar o que ouvem ou pensam estar ouvindo...
Pensadores ilustres que deixaram marcas indeléveis de sua sabedoria, sabiam ouvir e nos recomendam sempre buscar o silêncio, ouvir a voz interior que fala
dentro de cada um de nós.

Joanna de Angelis nos ensina:
"Reserva-te o prazer do silêncio, diariamente, por alguns momentos.
O silêncio interior conceder-te-á harmonia, ensejando-te reflexões saudáveis e renovadoras. Mediante o seu contributo, disporás de um arsenal precioso de conceitos para apresentares, quando conversando, mantendo elevado o nível das propostas verbais, porque possuis discernimento e conseguiste armazenar idéias valiosas."(1)


Com a conceituação acima podemos entender melhor o valor que deveremos dar a estes momentos de reflexão e harmonia interior, em que estaremos angariando subsídios para o enfrentamento das lutas do cotidiano e enriquecendo nossos espíritos com temas edificantes, pensamentos enobrecidos ajudando-nos a manter um relacionamento de alto nível e equilibrado com todos os que caminham conosco. Além disso, estaremos melhorando consideravelmente nossa sintonia mental, o que nos propiciará a assistência amorosa dos benfeitores espirituais e companhias equilibradas nos
dois planos da vida.

Quando não conseguimos harmonizar nosso mundo íntimo, tumultuamos nossa vida de relação. Não se consegue a paz exterior quando o interior não esteja sereno e equilibrado. Ao contrário, quando tudo em torno de nós parece desabar e ameaçar-nos cem lutas e desagravos conseguimos manter a calma se estivermos intimamente em paz.

Joanna de Ângellis nos conclama a este hábito saudável:
"Necessitas, sim, de silêncio interior, para melhores reflexões e programações dignificantes em qualquer área do comportamento humano em que te encontres.
Aprende a calar e a meditar, a harmonizar-te e a não perder a serenidade na multidão desarvorada e falante.''(2)


O pensamento é força criadora e se o utilizarmos para o bem poderemos enriquecer nossa vivência de fluidos bons e saudáveis. Influenciando os outros, nosso pensamento gera simpatias ou aversões sempre em sintonia com o que emitimos. Sua influência se faz, também, sobre nós mesmos porque lhe sofremos diretamente as radiações positivas ou negativas com que o caracterizamos.

Léon Denis nos fala que "se meditarmos em assuntos elevados, na sabedoria, no dever, no sacrifício, nosso ser impregna-se, pouco a pouco, das qualidades de nosso pensamento. É por isso que a prece improvisada, ardente, o impulso da alma para as potencias infinitas, tem tanta virtude. Nesse diálogo solene do ser com sua causa, o influxo do Alto invade-nos e desperta sentidos novos. A compreensão, a consciência da vida aumenta e sentimos, melhor do que se pode exprimir, a gravidade o a grandeza da mais humilde das existências.

A oração, a comunhão pelo pensamento com o universo espiritual e divino, é o esforço da alma para a Beleza e para a Verdade eternas; é a entrada, por um instante, nas esferas da vida real e superior, aquela que não tem termo” . (3)


Por isso, meu irmão, não menospreze o momento íntimo no qual você busca na oração ou na meditação este recanto de sua alma, refúgio de paz para seu reequilíbrio psíquico e restauração das energias físicas.

Neste aprendizado, você logrará muitas vantagens e aprenderá a priorizar as coisas espirituais que constituem para todos nós aquele tesouro que a traça nem a ferrugem destroem...

Em certas horas de nossa vida. quando o sofrimento nos atinge dilacerando sonhos e magoando nosso coração, busquemos este mundo interior que nos acolhe e no qual recebemos as bênçãos dos céus, através da abnegação e solicitude dos benfeitores espirituais, sempre atentos às nossas necessidades maiores.

Voltaremos para as lutas na vida que aguarda o melhor de cada um de nós, revigorados e serenos como leais seguidores dos ensinamentos de Jesus que já sabem o que desejam neste mundo e qual o caminho a seguir!

Referências:
1 - FRANCO.Divaldo P. [Joanna de Ângelis] Jesus e Vida. 1ed.LEAL: Salvador, BA.
2007, p.2
2-ld.lb.p.31
3 – DENIS, Léon. O Problema do Ser, do Destino e da Dor. 26 ed.FEB: Rio de Janeiro, RJ.P.356.

Fonte: Revista Presença Espírita, maio/junho 2010 – Ano - n⁰ 278

Leia Mais…

sábado, 4 de setembro de 2010

TUA MEDIDA

( do livro “Renovando Atitudes” de Francisco do Espírito Santo Neto, ditado pelo Espírito Hammed)


“Não julgueis, afim de que não sejais julgados, porque vós sereis julgados segundo houverdes julgado os outros, e se servirá para convosco da mesma medida da qual vos servistes para com eles.” (Capítulo 10, item 11, do Evangelho Segundo o Espiritismo)

Toda opinião ou juízo que desenvolvemos no presente está intimamente ligado a fatos antecedentes.
Quase sempre, todos estamos vinculados a fatores de situações pretéritas, que incluem atitudes de defesa, negações ou mesmo inúmeras distorções de certos aspectos importantes da vida. Tendências ou pensamentos julgadores estão sedimentados em nossa memória profunda, são subprodutos de uma série de conhecimentos que adquirimos na idade infantil e também através das vivências pregressas.
Censuras, observações, admoestações, superstições, preconceitos, opiniões, informações e influências do meio, inclusive de instituições diversas, formaram em nós um tipo de “reservatório moral” - coleção de regras e preceitos a ser rigorosamente cumpridos -, do qual nos servimos para concluir e catalogar as atitudes em boas ou más.
Nossa concepção ético-moral está baseada na noção adquirida em nossas experiências domésticas, sociais e religiosas, das quais nos servimos para emitir opiniões ou pontos de vista, a fim de harmonizarmos e resguardarmos tudo aquilo em que acreditamos como sendo “verdades absolutas”. Em outras palavras, como forma de defender e proteger nossos “valores sagrados”, isto é, nossas aquisições mais fortes e poderosas, que nos servem como forma de sustentação.
Em razão disso, os freqüentes julgamentos que fazemos em relação às outras pessoas nos informam sobre tudo aquilo que temos por dentro. Explicando melhor, a “forma” e o “material” utilizados para sentenciar os outros residem dentro de nós.
Melhor do que medir ou apontar o comportamento de alguém seria tomarmos a decisão de visualizar bem fundo nossa intimidade, e nos perguntarmos onde está tudo isso em nós. Os indivíduos podem ser considerados, nesses casos, excelente espelho, no qual veremos quem somos realmente. Ao mesmo tempo, teremos uma ótima oportunidade de nos transformar intimamente, pois estaremos analisando as características gerais de nossos conceitos e atitudes inadequados.
Só poderemos nos reabilitar ou reformar até onde conseguimos nos perceber; ou seja, aquilo que não está consciente em nós dificilmente conseguiremos reparar ou modificar.
Quando não enxergamos a nós mesmos, nossos comportamentos perante os outros não são totalmente livres para que possamos fazer escolhas ou emitir opiniões. Estamos amarrados a formas de avaliação, estruturadas nos mecanismos de defesa - processos mentais inconscientes que possibilitam ao indivíduo manter sua integridade psicológica através de uma forma de “auto-engano.”
Certas pessoas, simplesmente por não conseguirem conviver com a verdade, tentam sufocar ou enclausurar seus sentimentos e emoções, disfarçando-os no inconsciente.
Em todo comportamento humano existe uma lógica, isto é, uma maneira particular de raciocinar sobre sua verdade; portanto, julgar, medir e sentenciar os outros, não se levando em conta suas realidades, mesmo sendo consideradas preconceituosas, neuróticas ou psicóticas, é não ter bom senso ou racionalidade, pois na vida somente é válido e possível o “autojulgamento”.
Não obstante, cada ser humano descobre suas próprias formas de encarar a vida e tende a usar suas oportunidades vivenciais, para tornar-se tudo aquilo que o leva a ser um “eu individualizado”.
Devemos reavaliar nossas idéias retrógradas, que estreitam nossa personalidade, e, a partir daí, julgar os indivíduos de forma não generalizada, apreciando suas singularidades, pois cada pessoa tem uma consciência própria e diversificada das outras tantas consciências.
Julgar uma ação é diferente de julgar a criatura. Posso julgar e considerar a prostituição moralmente errada, mas não posso e não devo julgar a pessoa prostituída. Ao usarmos da empatia, colocando-nos no lugar do outro, “sentindo e pensando com ele”, em vez de “pensar a respeito dele”, teremos o comportamento ideal diante dos atos e atitudes das pessoas.
Segundo Paulo de Tarso, “é indesculpável o homem, quem quer que seja, que se arvora em ser juiz. Porque julgando os outros, ele condena a si mesmo, pois praticará as mesmas coisas, atraindo-as para si, com seu julgamento”.
O “Apóstolo dos Gentios” manifesta-se claramente, evidenciando nessa afirmativa que todo comportamento julgador estará, na realidade, estabelecendo não somente uma sentença, ou um veredicto, mas, ao mesmo tempo, um juízo, um valor, um peso e uma medida de como julgaremos a nós mesmos.
Essencialmente, tudo aquilo que decretamos ou sentenciamos tornar-se-á nossa “real medida”: como iremos viver com nós mesmos e com os outros.
O ser humano é um verdadeiro campo magnético, atraindo pessoas e situações, as quais se sintonizam amorosamente com seu mundo mental, ou mesmo de forma antipática com sua maneira de ser. Dessa forma, nossas afirmações prescreverão as águas por onde a embarcação de nossa vida deverá navegar.
Com freqüência, escolhemos, avaliamos e emitimos opiniões e, conseqüentemente, atraímos tudo aquilo que irradiamos. A psicologia diz que uma parte considerável desses pensamentos e experiências, os quais usamos para julgar e emitir pareceres, acontece de modo automático, ou seja, através de mecanismos não perceptíveis. É quase inconsciente para a nossa casa mental o que escolhemos ou opinamos, pois, sem nos dar conta, acreditamos estar usando o nosso “arbítrio”, mas, na verdade, estamos optando por um julgamento predeterminado e estabelecido por “arquivos que registram tudo o que nos ensinaram a respeito do que deveríamos fazer ou não, sobre tudo que é errado ou certo.
Poder-se-á dizer que um comportamento é completamente livre para eleger um conceito eficaz somente quando as decisões não estão confinadas a padrões mentais rígidos e inflexíveis, não estão estruturadas em conceitos preconceituosos e não estão alicerçadas em idéias ou situações semelhantes que foram vivenciadas no passado.
Nossos julgamentos serão sempre os motivos de nossa liberdade ou de nossa prisão no processo de desenvolvimento e crescimento espiritual.
Se criaturas afirmarem “idosos não têm direito ao amor”, limitando o romance só para os jovens, elas estarão condenando-se a uma velhice de descontentamento e solidão afetiva, desprovida de vitalidade.
Se pessoas declararem “homossexualidade é abominável” e, ao longo do tempo, se confrontarem com filhos, netos, parentes e amigos que têm algum impulso homossexual, suas medidas estarão estabelecidas pelo ódio e pela repugnância a esses mesmos entes queridos.
Se indivíduos decretarem ‘jovens não casam com idosos”, estarão circunscrevendo as afinidades espirituais a faixas etárias e demarcando suas afetividades a padrões bem estreitos e apertados quanto a seus relacionamentos.
Se alguém subestimar e ironizar “o desajuste emocional dos outros”, poderá, em breve tempo, deparar-se em sua própria existência com perplexidades emocionais ou dilemas mentais que o farão esconder-se, a fim de não ser ridicularizado e inferiorizado, como julgou os outros anteriormente.
Se formos juízes da “moral ideológica” e “sentimental”, sentenciando veementemente o que consideramos como “erros alheios”, estaremos nos condenando ao isolamento intelectual, bem como ao afetivo, pela própria detenção que impusemos aos outros, por não deixarmos que eles se lançassem a novas idéias e novas simpatias.
“Não julgueis, a fim de que não sejais julgados”, ou mesmo, “se servirá para convosco da mesma medida da qual vos servistes para com eles”, quer dizer, alertemo-nos quanto a tudo aquilo que afirmamos julgando, pois no “auditório da vida” todos somos “atores” e “escritores” e, ao mesmo tempo, “ouvintes” e “espectadores” de nossos próprios discursos, feitos e atitudes.
Para sermos livres realmente e para nos movermos em qualquer direção com vista à nossa evolução e crescimento como seres eternos, é necessário observarmos e concatenarmos nossos “pesos” e “medidas”, a fim de que não venhamos a sofrer constrangimento pela conduta infeliz que adotarmos na vida em forma de censuras e condenações diversas.

Leia Mais…